terça-feira, 29 de março de 2011

Eu acredito no "Para Sempre"...

 De frente para a porta de carvalho, os pés suavam nas sapatilhas de camurça rosa, tamborilou os dedos na própria perna, encarava a maçaneta “eu entro logo ou bato na porta?” Com Receio, se dirigiu a rua, voltou... Fechou a mão e deu duas batidas timidamente, enquanto suas mãos chamavam alguém, seus pensamentos involuntários rogavam por não ser atendida. De dentro da casa ouve-se um sonoro "estou indo”, Sophia se reprimi, se encolhe dentro de si, encara o chão, da passos em direção a rua e a porta abre... Ana, Sophia, se encaram alarmadas, uma escutando o coração da outra.
       O que faz uma antiga grande amizade se transformar em constrangimento? O que pode ser mais forte?
 Um dia me disseram que um relacionamento termina quando:
1. Uma das duas pessoas envolvidas ou ambos deixam de gostar.
2. Traição.
3.Mentira.
       Três coisas que causam decepção e sofrimento, mas para mim essa regra não se aplica a amizade. Para aqueles que foram agraciados com amizade de verdade a primeira opção esta fora de questão, a segunda e a terceira são para mim surreais, palavras más, causadoras de dor, de angustia, mas será que elas podem mesmo destruir um relacionamento de amizade que começou no âmago da infância?
       Com o rosto petrificado pela dor, Ana convidou Sophia a entrar, mesmo devagar, andava aos tropeços, sua mente corria louca por todos os cantos e portas de seus pensamentos, procurando, vasculhando as frases prontas que havia ensaiado tantas vezes de frente para o espelho, mas agora ali de frente para o ‘seu melhor’, ela só conseguia chorar.
      Sentadas de frente uma para outra, Rostos lívidos, pálidos e incompreensíveis, Sophia respira dolorido “Me perdoa Ana!” As palavras saem embargadas. Ana se retrai, olha para o chão e em seguida a encara, despejando dor, raiva, despejando zanga com uma pitada de ódio misturada... Acredito que quando o ódio sai, ele não mais volta, é um sentimento muito amargo para sustentarmos no coração por muito tempo... Os pensamentos e magoas iam saindo com facilidade do peito de Ana, esvaziando-se... Mais lágrimas, mais dor... E por fim Um abraço, tão forte e único que se alargava pela sala, o coração antes apertado e ácido, agora era acariciado e mimado... É indescritível a sensação da dor sendo acalmada com o abraço... Para mim, uma das mais deliciosas sensações da vida, faz a dor valer a pena depois do conforto da mão estendida... Ana toca o rosto da amiga “Sophia, não consigo imaginar algo que me faria desistir de ti”, Sophia sorri “Nunca senti tanto medo de te perder, de me perder”.
       Para aqueles que conseguem imaginar milhões de subsídios para negar o perdão da alma em uma amizade, meu sincero “sinto muito”... Somos humanos, devo citar o chavão "Errar é humano e perdoar é uma virtude". Pense comigo, um verdadeiro amigo é para sempre, não há limites, e se por acaso você tem uma amizade fracassada, é porque nunca foi de verdade.


[Poliana Fonteles]

 
 

Esse é para você que me ama!

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